quinta-feira, 11 de agosto de 2011

“Um anjo de asas negras vela meu sono...”


Era uma situação tão desagradável, ela passou a ter certeza de que não deve confiar em ninguém, um amigo de tempos, amigo confidente, aquele que ela sabia tudo da vida dele e ele da vida dela.
Descobriu que ele mentiu, omitiu e a machucou como qualquer homem de balada aqueles que ficamos encantadas e acreditamos que ele vai ligar no dia seguinte, mas no dia seguinte esta com uma gostosona toda perfeita a esfregar na sua cara e o que é pior, ou melhor, a gostosona é a namorada dele.
Difícil dizer que esta pessoa um dia foi o amigo mais delicado e sensível que por vezes ela pensou que ele era gay, mas o irmão dela sempre a avisou que o pior é aquele que se faz de sonso. Tudo bem que ela é a campeã nas caras e bocas de songamonga, gueixadonzela, sabe fazer-se de vitima como ninguém tem uma veia teatral que causa espanto, mas ela tem sentimentos.
Ela chorou um dia de domingo, uma noite de domingo, uma madrugada... Chorou de soluçar, menina boba, iludiu-se na amizade cansada de saber que homens que deve confiar são os que cresceram com ela, mas ela também pensa que aquele que a escutou no momento de fragilidade, no momento que ela resolveu tirar sua armadura e mostrou-se frágil e dolorida também pode ser um homem, uma pessoa capaz de ter um pouco de sua confiança.
Ela confia olhando de canto, com sorrisinho sacana.
Um misto de menina songamongagueixadonzela com mulher balzaquianasegura.
Inexplicavelmente ele fitou os olhos dela e falou verdades, apontou o dedo na cara dela e falou sobre os erros dela, sim esse ele esse novo alguém que ela diz ser capaz de tentar confiar é o rapaz que a viu chorar que viu suas fraquezas, então, ele falou verdade ela assumiu os erros, ele não deu colo, não a abraçou, apenas fez o que muitas pessoas não apenas homens, mas muitos são incapazes de fazer ele a escutou e desde então ele a encanta, passou a ser aquele que é ausente, mas quando aparece é capaz de ganhar aquele sorriso bobo de menina sapeca da balzaquianasegura.
Suspira baixinho olhando pro canto direito esperando uma nova visita, não mais pra desabafar as magoas ficaram no passado e ele sabe detalhadamente sobre essas magoas e não foi capaz de aproveitar-se do momento de fragilidade.
Ele diz que ela não é mulher pra se brincar que é intensa demais.
Novamente suspira baixinho, tentando um sorriso... Sua mente louca gira, com pensamentos loucos cheios de duvidas.
“Isso foi um fora ou um elogio?”
Um leve arquear de sobrancelha com um mordiscar no lábio inferior ela permanece na duvida, sem o questionar, ele volta a bombardeá-la dizendo que com ela ele é diferente com as outras ele é atirado, ela fica muda sem desviar os olhos dos dele, mais uma vez tenta um sorriso e seu estomago gira com sua mente cheia de duvidas. Ela respira fundo em meio ao seu pensar.
“Eu não posso vomitar.”
Antes que ela tenha mais um de seus repentes de tirar a mascara e a armadura para que ele a veja exatamente como ela é!
Ele despede-se e parti pra mais um período de ausência.
O vento leva o vento também é capaz de trazer coisas boas, sejamos sensatos o vento é capaz de trazer coisas boas e levar as ruins, ela sente a brisa gélida deixar de ser uma simples brisa e tornar-se uma ventania, ventos ruidosos ela ainda não sabe o que tem a receber desta ventania, também não sabe o que a ventania esta a levar.
Provavelmente esta ventania leve os devaneios duvidosos embora, fazendo com que eles sejam tão ausentes quanto à presença do rapaz, mas pode ser que a ventania lhe de vários presentes novas inspirações.