domingo, 27 de fevereiro de 2011

Princesa de plastico no castelo de areia



Ausência de sorrisos, palavras pensadas, certa frieza no olhar.
Esta é a mascara que ele usa, uma mascara para protegê-lo do que o desarma, sentimentos.
Horas de conversa, ela conseguiu ganhar o sorriso dele, ele se entregou, começou a falar sobre sua vida, seus problemas, seus sonhos. Ela, ela passou a fazer parte do seu pensar e também do seu sentir. Encantando, ele entregou-se, encantado retirou a mascara negra que cobria seu sorriso e sem frieza entregou-se a ela.
Ela, tão menina, olhos cheios de ingenuidade, um, dois, três dias despertando ao lado dela, sorrindo com ela, observando que com o passar do tempo os olhos dela não tinham mais tanta ingenuidade.
Ele percebeu também, que realmente estava encantado, encantado por uma pessoa que não existe, perto demais, longe demais. Perto ao lado dela, ele percebeu que ela não era tão inocente e que as juras de amor que antes ela fazia, foram desvanecendo no quarto dia, longe... Longe de casa ele vê que mais uma vez, fez um castelo de areia, a princesa que ele colocou dentro do castelo, na verdade não tinha um olhar ingênuo e sim dissimulado, encanto desvanecendo a cada segundo, cada olhar e cada toque.
Dizer algo no momento da despedida ficou desnecessário, a princesa do castelo de areia, mostrou friamente que ele não era o seu príncipe. Assim como na despedida dos poucos dias ao lado da princesa de plástico ele notou que estava novamente decepcionado.
Decepcionado com ele mesmo, uma decepção que machuca por algum tempo e para sempre a cicatriz fica para ser lembrada.
Ele recoloca a mascara, hoje ele não mais se entrega não mais se encanta a mascara o protege dele mesmo o protege de decepcionar-se, por conta dos castelos feitos em seu pensar, afinal ele sabe, que não são as pessoas que nos decepcionam e sim, nos mesmos, pois criamos expectativas fazendo dessas pessoas, seres encantados.
Talvez ele esteja à espera de um anjo de asas tristes para protegê-lo, mas ele não acredita em anjos.

"Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou,
externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente… E só então a gente poderá amar, de novo."

Martha Medeiros