segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Passeando pelos mundos



Folheando revistas, fazendo contas, andando pelas ruas ou ate mesmo a jogar paciência. Ela pensa seu cérebro acelerado, não a deixa descansar se quer quando esta a dormir, pensa em tudo, pensa em todos, projetos, objetivos, desejos. Tantas coisas a serem organizadas, tantos medos a serem perdidos, ela dedilha a mesa do bar olhando para o nada sem prestar atenção nas conversas dos amigos ela viaja lentamente para o seu mundo, para um lugar so dela onde ela se diverte com a solidão.
Sorri sozinha olhando para os lados, sorri por conta de seu pensar, por conta de sua viagem, alguém a interrompe, bruscamente ela retorna de sua viagem, retorna a realidade de todos, estranhamente ela se faz interessada pelo assunto em questão, mais uma vez estão a debochar sobre alguém, ela sorri como se estivesse gostando, mas ela não gosta e não compreende o porquê expor alguém ao ridículo é algo tão prazeroso a algumas pessoas.
Ela desvia o olhar e ignora, ela ignora e finge demência, apelidos bobos, brincadeiras de crianças de colégio, ela sente que já não mais pertence a este grupo, sente que não pertence a nenhum grupo, seu mundo com a solidão é o seu melhor ambiente, assim como sua companhia é a melhor companhia para ela.
Sozinha, em seu mundo de verdades ela sente-se bem, não sente falta, não quer presença, mais uma noite sem sentido, dias passam e novamente ela sai, mas dessa vez o grupo é outro, também brincam, mas conhecem limites, ela começa achar interessante, conseguir ser quem ela realmente é sem precisar controlar o que fala sem sentir-se ridícula em falar suas verdades.
Hoje ela não mais vive dentro de seu mundo, ela é capaz de viver no mundo de outras pessoas, pessoas que aceitam viver dentro do mundo dela e também aceitam que ela saia do mundo deles, retornando quando assim desejar.

E tão de repente você tem a mim


Ela não queria mais conversar, após escrever quis apenas mostrar o desabafo, nada alem disso o assunto para ela havia sido encerrado.
Mas como homem e não como menino ele a dominou, quieta, parada, imóvel ela escutou cada uma das palavras dele, cada uma das justificativas, explicações.
Ela sabia, sempre soube da falta de jeito e da pouca idade dele, como também sempre soube esperar sem cobrar.

Ele diz: “if you was just a little passion you wouldn't stay here yet believe it”

Ela fecha os olhos e fica a se questionar... Não não foi uma paixonite, não foi uma amiga mais velha, foi e é a mulher, assim como ele continua a ser o menino...
O menino que não sabe colocar as palavras de formas corretas, mas não deixa de ser absurdamente inteligente, muito pelo contrario esta cada dia mais interessado em aprender e a crescer. Sim ele fala inglês como também fala italiano, tem barba e faz faculdade.
O menino cresceu, reconhece os erros e desarma a mulher a colocando contra parede.
Desarmada ela sorri... Acredita desconfiando, desconfia acreditando, com a certeza de que não vai cometer o mesmo erro da outra vez, as crianças cresceram, sentimentos e jogos mudaram.
Frios e calculistas eles movimentam as peças lentamente, com o intuito de empate é um ótimo resultado nesse jogo que eles estão reaprendendo a jogar.
Hoje ela o chama pelo nome, sem apelidinhos patéticos, hoje ele a chama de sua, talvez com a intenção de que seja.

O que é de verdade, não acaba. Ela sussurra pra si mesma de olhos fechados ao voltar a falar com ele, fala essas palavras para si mesma, pra ele diz apenas “ok”. Mas ele a conhece o suficiente pra saber que não vai ficar no simples “ok”, ele acende um cigarro e aguarda as palavras dela, aguarda a metralhadora de palavras absurdas ou talvez de palavras sensatas. Ele nada responde, ela nada mais diz, ficam olhando um para o outro por longos segundos...

Ele quebra o silencio: Vamos pra nossa cama?
Estendendo a mão para ela, caminhando em sua direção.
Boba ela sorri, segurando a mão dele seguem para o quarto.
Aconchegada no braço dele ela fecha os olhos e sussurra após sentir os lábios dele tocando os dela.

Boa noite...