sábado, 19 de fevereiro de 2011

Preso em minhas mãos... Feito areia fina


Ele, separado há alguns meses, cortejando a liberdade a nova vida, mas ele se questionava sobre qual liberdade, por ter perdido os amigos por conta da mulher que casou e hoje quer distancia intransigente, petulante, arrogante, mulher dona de tantas qualidades.
Ela solteira, independente, quase segura, quase feliz.
Encontraram-se, uma noite, duas noites, noite toda com acordar no dia seguinte, manhã com café da manhã, despertar no motel, correr direto para o trabalho.
Mensagens no celular com mimos, coisinhas patéticas de gente apaixonada, ela encantada ele, ele quase apaixonado.
Mas a mulher do passado insiste em ser presente, ela rodeia, ela cerca, insinua e ameaça. Ele sempre confuso, talvez todos eles sejam confusos demais, acomodados demais.
Ela achava que estava o ajudando, não apaixonada, apenas encantada, encantada com o brinquedo novo, não era um brinquedo caro, mas, ele foi tirado das mãos dela com tanta brutalidade, talvez algumas pessoas possam dizer que tenha sido um roubo. Ela discorda, mas chora!
Discorda, por saber que na verdade ele nunca tenha a pertencido de verdade, mas chora por ter perdido tempo, dinheiro, oportunidades, mas não se arrepende, afinal tem muito que olhar pela frente.
Ele hoje sai do trabalho e retorna para casa, não tem mais o mesmo sorriso da semana passada, uma velha ruga em meio a sua testa que estava por desaparecer na ausência da mulher durante os seis meses hoje retorna, retorna nitidamente os amigos do passado que ele reencontrou no período da breve solteirice hoje gargalham de forma histérica e o chamam de babaca por ter retornado a ser o bichinho de estimação de meses atrás.
Ela...
Hoje ela tenta um sorriso, tenta disfarçar a frustração, mas continua tendo as mesmas amigas de seis meses atrás e também as amigas da semana passada, em meio às brincadeiras das amigas os pensamentos dela distanciam-se, retornam ao amanhecer no motel, na noite do aniversario dele.
Mas ela esta bem, viaja em um navio para o longe, contempla o sol e brinda a vida.

17/02/2011 – 22:24

Espero por ti...


Ela sorri imaginando quantas pessoas estão na boate para vê-la dançar ela caminha em passos lentos pelo palco, ela inicia sua dança com seu corpo esguio equilibrado no salto alto, rodopiando em um poste em uma performance de pole dance, sua expressão é seria, seus olhos de coruja curiosa observa tudo e todos.
Graciosa ela caminha em meio ao palco onde tem o tal poste que ela rodopia, um desfile particular para ele, apenas ele sabe que ela esta a dançar exibir-se para ele.
Os demais homens e mulheres na boate observam, alguns comentam em cochichos, olhos libidinosos, mas são os olhos lascivos daquele homem que ela deseja que seu corpo seja observado.
Uma pin up moderna, com tatuagens e piercings pelo corpo a pedrinha delicada no nariz chama atenção a pequena pedrinha cintila, deixando os olhos da mulher coruja ainda mais insinuantes. A musica termina aplausos, assovios e alguns gritinhos com palavras obscenas.
Retornando ao seu camarim, diante o espelho ela observa agora sozinha ela observa sua face colorida por maquiagens, como também observa seu corpo com as marcas das tatuagens, cada uma delas tem um significado, demaquilante, algodão, retira o pequeno vestido que cobre parte de seu corpo e volta a cobrir seu corpo com o jeans surrado, ainda com os saltos nos pés ela termina de trocar de roupa vestindo uma camiseta branca, sua mão na maçaneta da porta a abre lentamente, olhos verdes, os mesmos olhos que ela dançava antes a fita na porta, fita de forma carinhosa, com paixão ele estende a mão para ela, ela apenas tenta um sorriso encabulada entrega a mão a ele.

Ele: Você estava perfeita!
Ela: Não seja bobo, você sempre fala isso.
Ele: Porque você é sempre perfeita.

Os lábios se encontram um selinho demorado o braço dele passa pela cintura dela e eles caminham para o carro, seguindo para casa ela o questiona.

Ela: Não sente ciúmes, não se importa com sua mulher dançando quase nua e outros homens...
Ele: As vezes você é tão menina, acaba por esquecer que conheci, você, sabendo que era uma artista, minha bailarina, você é a minha mulher e eu não a obriguei a ser.

Sorrindo ela sussurra entre os dentes: Let the game Begin!
Ele sorri acaricia os cabelos dela, mas não a fita, observa atentamente o transito.
Ele: Haja o que houver!


15/02/2011 – 01:23