domingo, 6 de fevereiro de 2011

Não vou esquecer minha promessa


“Alguma vez você esteve apaixonado, por alguém que não te correspondeu, isso não te impediu de amá-lo ou de entendê-lo ou ainda, perdoá-lo... eu a ajudei, e lhe prometi que sempre estaria ali, para protegê-la...”

Na solidão de mais um domingo tedioso ela pensa nas conversas da noite de ontem, amigos do passado, conhecidos e amigos do presente, ela não tem amores, paixões, anda focada com sua vida, com o seu futuro e o futuro de sua família.
Impossível negar que existe pessoas capazes de fazer seus olhos brilharem e às vezes, fazem com que ela perca alguns minutos do pensar em sua vida, pensado em coisas ou pessoas.
Duvidas e conversas sinceras regadas a muita bebida, ela sorri para algumas pessoas, ignora outras e simplesmente vaga de minutos a outros para o seu mundo, deixando algumas pessoas a falarem sozinhas.
Retorno ao passado, pessoas do passado presentes na noite, pessoas devidamente ignoradas, ela é assim, cheia de tomar as dores dos outros, costuma dizer que seus amigos são seus semi-irmãos, os defende com unhas e dentes, incapaz de aceitar injustiça, traições e outras coisas capazes de fazer os seus amados tristes, ridículos ou algo que os ofenda de forma desnecessária.
Ela não é boa com relacionamentos, gosta de ser assim, livre, sozinha, seguir o caminho dos ventos a tempos não se apaixona, não se encanta, chegou a pensar meses atrás que tinha se encantado, mas foi apenas um pensar.
Hoje ela passou um dia tranqüilo, exatamente como ela gosta de passar seus domingos, pensativa, nostálgica, ela pensa no retorno, questiona-se sobre o retornar de um relacionamento falido é algo bom, questiona-se ao terminar um relacionamento por traição retornar com este relacionamento não vai ser algo mais doloroso, por pensar que tudo pode voltar a acontecer novamente.
Duvidas e mais duvidas, duvidas relacionada aos outros, afinal ela tem sua opinião formada, ela não mais pensa como pensava ao escutar a musica romântica da banda dos anos 80 “Listen to your heart”, hoje ela interpreta estas musicas melancólicas de outra forma.
Ela prefere que apenas o cardiologista escute seu coração, mais racional, ela não pensa em amor e paixões, ela pensa em respeito, um relacionamento de verdade para ela depende de respeito e não de sentimentos que pode ser encontrados em livros ou em filmes.
A vida para ela é um jogo e cada uma das peças do tabuleiro da vida dela é rodeada por sentimentos, alguns sentimentos são perdidos no decorrer do jogo, pensando em si mesma, em seu bem, pensando de forma mais egoísta ela fala de amor, fala de paixões, ela adora as palavras de Caio Fernando Abreu, mas ela também gosta de Clarice Lispector, eles falam exatamente da forma que ela pensa amor cítrico, paixões amargas... Com pitadas de verdades e muitas doses alcoólicas de respeito.
Ela olha, observa, sorri, mas não se insinua, torna-se invisível, porem encantada, observando ela não se entrega, controlando assim seu pensar, movimentando as peças do tabuleiro, nem tão fria ela é capaz de ignorar aqueles que já fizeram sofrer, como também ignora aqueles que já fizeram os ‘seus sofrerem, no tabuleiro dela essas peças já foram descartadas impossível retornarem, pois não existe mais espaço.


“...E simplesmente decides encarar
O que te aborrece e queres acabar
E até agora decides desprezar
O que te adoece e não podes curar”


Hocico - Ecos